sexta-feira, 29 de abril de 2011

Apenas o fim



- Esse é o melhor filme brasileiro.
- Não, não é.
- Eu disse que é o melhor filme NERD brasileiro!
- Humpf, ATÉ pode ser. – conclui.

É com uma certa pretensão e boa dose de confiança que me dei ao luxo de discordar de um amigo próximo, que entende (e já assistiu) muito mais de cinema que eu. Minha opinião havia sido pedida e eu não consigo não ser sincera.

Apenas o Fim, lançado em 2008 do Matheus Souza, tem realmente tudo para ser o melhor filme NERD brasileiro (seja lá o que isso for) até porque talvez seja o único. Apresenta duas linhas de tempo, onde o passado, em p&b, complementa as cenas com inserts de vivências passadas pelo casal de jovens. Adriana e Antônio levam o filme basicamente sozinhos no que seria um último adeus (ó que poético) pautado pro banalidades cotidianas enquanto aproveitam este ultimo tempo juntos dentro da PUC onde cursam cinema (leve pontada de inveja, leve).

Diálogos simples e atuações coerentes fazem do filme um equivalente ao que deve ser referencial americano, Antes do Amanhecer. Porém, não só de Linklater que se permeia esta trama. Acredito que para ser esse melhor filme NERD brasileiro tenha se valido de forma continua e profícua de Woody Allen (mera coincidência o fato de ele estar neste post, juro). Ouso dizer que a comparação é inegável.

Uma estética simples, com uma locação bonita, porém singela e sem grandes edições (bruscas) visuais. Diálogos longos e, em alguns momentos desconexos. Uma atriz linda, um ator de uma beleza peculiar, leia-se, feio para maioria, (muito) bonito para eu e mais umas mil indies. Esse podia ser um filme de Allen. Não é, é Apenas o Fim.


(NOTA DO EDITOR - HA HA: qualquer semelhança com JUNO não é coincidência)





Allen e o cinema brasileiro
Quem será Woody Allen para basear o cinema brasileiro? Certamente não é o melhor diretor da atualidade, e nem será o melhor que já existiu, mas acho favorável que possa ter sido uma influencia neste caso especifico.

Dada a quantidade de bons artistas deste país, e a produção cultural que se têm tido nestas terras, e aqui tem se feito muita coisa BOA em termos de teatro e cinema, que se torna necessária a busca por novos parâmetros no cinema brasileiro. Hoje o que se tem como melhor e sobressalente no histórico cinematográfico, não se deixam as classificações dos filmes de violência e drama. Nada contra (muito pelo contrario – poderia terminar sem essa) Central do Brasil e Cidade de Deus são mesmo filmes bons, mas já está em tempo de mudar esta perspectiva, até, audaciosamente, em um espectro mundial. (por incrível que pareça) Não só de putaria e favelas que se alimentam as manifestações culturais, cinema em especial, deste país. O Cheiro do Ralo, Diário de uma Busca e O Alto da Compadecida (maior clichê do mundo que eu não consigo desgostar) estão aí para confirmar.

Apenas o Fim, não é o filme que vai trazer algum tipo de mudança na percepção do cinema brasileiro, ou que poderia causar um desconcerto na “ACADEMIA”. Mas, Apenas o Fim é um exemplo de que podem ser realizados filmes com potencial, e que tenham cunho comercial, sem que beire os extremismos. (ninguém aguenta mais diretor de filme bom morrendo de fome e sem fazer mais nada por falta de grana, sinceramente) sem apelo, ou baixaria, há uma possibilidade de se trabalhar uma maior disseminação do cinema no país e que não comprometa a qualidade.

Em tempo: Utópico, mas acho válido.  

terça-feira, 12 de abril de 2011

Influenciada

Não estou me comparando ao Woody Allen mas assim como ele, confesso que influenciada por minhas leituras, busquei e tenho buscado, por conteúdos que conhecia parcamente e que, por este motivo, me consumiam até que sanassem a vontade de descobri-los (pseudo) plenamente.
(Meu professor de texto jornalístico chora depois da minha frase de 4 linhas. Quem se importa, criei um estilo próprio)
Enquanto enrolo um post sobre Sinédoque Nova Iorque, encontrei esta entrevista do Jean-Luc Godard com Woody Allen, criatura que admiro sem precedentes.  Me tranquiliza, e afasta o meu perfeccionismo, saber que  Allen tem a simplicidade de demonstrar dificuldade em entender o inglês do ‘repórter’ apenas pelas caretas que faz. Também o fato de não ser fluente em francês e, desta forma, ser  tão mortal quanto eu.