quarta-feira, 31 de agosto de 2011

O festival do John Butler Trio

Não, eu não sabia, e nem sei, todas as musicas de cor. Não, este não é o meu “estilo musical” preferido. E não, eu não gosto de solos que precedem as músicas.
SIM, o show do John Butler Trio foi tão bom quanto eu esperava que fosse, e na verdade, até melhor.

Com a mesma simplicidade de quem andou de skate no Complex ou de quem toca em praças alheias, John (e o resto do Trio) apareceu no palco quase fora do alcance da minha não tão boa visão, e a isso soma-se a pouca altura que temos – tanto ele quanto eu. Bem a esquerda, o que não achei ser um bom posicionamento, ele que é QUASE auto suficiente começou o que seria uma aula de boas execuções durante as pouco mais de 2h, acho.
Tendo como ápice as primeiras e últimas musicas, é inegável a qualidade dos músicos ali presentes. Só do alto da minha sutil ignorância musical contei 9 (?) instrumentos distintos, dentre os quais 5 foram parte dos debulhados pelo próprio, além de um instrumento de sopro de origem duvidosa, e que tomei a liberdade de creditá-la aos aborígenes, e o de longe meu preferido, contra baixo. Com tamanho acervo bem executado parece irônico que tenha destacado apenas o início e fim da apresentação, porém, como já dito, não tenho a paciência necessária, e muito menos o asseio, para aproveitar os solos que foram recorrentes. Ainda assim, e com um espectro bem mais realista do que otimista, é justamente este tipo de “intervenção” que costuma preceder as melhores musicas do set, e de fato os para mim, inconvenientes, foram muito bem sucedidos.


Não, John Butler Trio não tocou a música que eu estava à semana toda ansiando para ver, MAS esteve em Porto Alegre e conseguiu extinguir qualquer resquício da teimosia que eu já  possa ter tido para com a banda deixando lugar apenas para a minha total admiração.

...
Anterior a John Butler Trio, houve a passagem da Cachorro Grande que tocou apenas 6 musicas. E destas, nenhuma do álbum que esta por vir. Nas palavras do Marcelo Gross, ébrio, com quem falei após o término do festival, “ tocamos pouco porque o show já começou atrasado.” Solicitei apresentações mais recorrentes e ele disse, “ o álbum tá sendo finalizando, e temos muita coisa agendada. Logo a gente vai estar por aqui de novo. Qual teu nome, querida?”
 Laura Ebert, respondi.
Aqui, os vídeos que eu fiz, em breve fotos no flickr.
(CRÉDITOS TEXTO, FOTOS E VÍDEOS: LAURA EBERT)

Justiça, a utopia da sociedade

Não me beneficio de nenhuma lei, muito pelo contrário. Pago, em dia, imposto para receber um salário pelo trabalho que eu EU realizei, pago para fazer documentos que serão usados por normas do código penal deste país. Não usei o sistema de cotas, não tenho bolsa família, e tenho menos (leia-se nenhuma) terras do que os militantes do MST (me refiro às recebidas pelo ESTADO). E, no momento em que precisaria de um auxílio judicial não posso me regojizar. Não tenho o direito de ser livre, e em relação a minha pessoa, não estava sendo cumprido com o meu direito de ser respeitada.
Pela minha índole, e pelo meu sossego e paz de espírito, abri mão de seguro desemprego, e todo e qualquer tipo de apoio cedido pelo governo ao ME demitir, mas dada a circunstância isto não PODE (e nem DEVE) ser o correto. Sofri, e aqui sem medo de parecer sensacionalista, abuso moral e tive de me submeter à demissão para voltar a me dar o próprio respeito. Em uma circunstância como a tal, poderia ir a justiça fazer a petição de processo contra quem o ocasionou, mas e o futuro?
Não há uma criatura, eu não conheço, que me dissesse sem ponderações que esta atitude seria a ideal no meu caso. Hoje o brasileiro, o individuo, EU, não posso fazer isso se quiser algum emprego futuro, pelo fato de que nenhuma empresa deseja contratar um ser praticamente militante. Portanto, caso eu deseje uma nova oportunidade no mercado de trabalho é melhor relevar.
 Meu caro, com 20 anos na cara, eu quero MESMO próximos empregos.
Sendo assim, questiono no que eu, cidadã lesada por uma infração moral, posso me apoiar? No que, onde, ou em que momento a justiça será demonstrada? Em nenhum.
Talvez eu devesse ter me esforçado para ser demitida, mas de que maneira é VIÁVEL fazer isso? Não me parece concebível que frente a este tipo de situação, esta que passei, eu ainda devesse me submeter a mais meses onde deveria demonstrar uma má conduta que NADA tem a ver comigo, para então, talvez, ser demitida e receber o que seria (porque não foi) o que é meu por direito? Então para haver justiça quanto a mim, mais eu devo me submeter?
Sei que não sou a primeira, e nem especialmente a última a passar por uma situação como esta e é isto que me deixa mais desacreditada. Quantas pessoas devem passar por isso diariamente sem poder se ao luxo de pedir demissão? Para quantas pessoas a justiça e a ética devem ser tão utópicas e distantes quanto me parecem? Prefiro não mensurar.
Por enquanto, agradeço aos meus pais por poderem me sustentar e, também, a eles e ao meu irmão por terem me suportado nos últimos tempos. E para que a justiça seja feita, ao menos na minha casa e no que depende de mim, eu prometo ser agradável e muito prestativa.
 - quem quiser meu currículo, me avise!