quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Justiça, a utopia da sociedade

Não me beneficio de nenhuma lei, muito pelo contrário. Pago, em dia, imposto para receber um salário pelo trabalho que eu EU realizei, pago para fazer documentos que serão usados por normas do código penal deste país. Não usei o sistema de cotas, não tenho bolsa família, e tenho menos (leia-se nenhuma) terras do que os militantes do MST (me refiro às recebidas pelo ESTADO). E, no momento em que precisaria de um auxílio judicial não posso me regojizar. Não tenho o direito de ser livre, e em relação a minha pessoa, não estava sendo cumprido com o meu direito de ser respeitada.
Pela minha índole, e pelo meu sossego e paz de espírito, abri mão de seguro desemprego, e todo e qualquer tipo de apoio cedido pelo governo ao ME demitir, mas dada a circunstância isto não PODE (e nem DEVE) ser o correto. Sofri, e aqui sem medo de parecer sensacionalista, abuso moral e tive de me submeter à demissão para voltar a me dar o próprio respeito. Em uma circunstância como a tal, poderia ir a justiça fazer a petição de processo contra quem o ocasionou, mas e o futuro?
Não há uma criatura, eu não conheço, que me dissesse sem ponderações que esta atitude seria a ideal no meu caso. Hoje o brasileiro, o individuo, EU, não posso fazer isso se quiser algum emprego futuro, pelo fato de que nenhuma empresa deseja contratar um ser praticamente militante. Portanto, caso eu deseje uma nova oportunidade no mercado de trabalho é melhor relevar.
 Meu caro, com 20 anos na cara, eu quero MESMO próximos empregos.
Sendo assim, questiono no que eu, cidadã lesada por uma infração moral, posso me apoiar? No que, onde, ou em que momento a justiça será demonstrada? Em nenhum.
Talvez eu devesse ter me esforçado para ser demitida, mas de que maneira é VIÁVEL fazer isso? Não me parece concebível que frente a este tipo de situação, esta que passei, eu ainda devesse me submeter a mais meses onde deveria demonstrar uma má conduta que NADA tem a ver comigo, para então, talvez, ser demitida e receber o que seria (porque não foi) o que é meu por direito? Então para haver justiça quanto a mim, mais eu devo me submeter?
Sei que não sou a primeira, e nem especialmente a última a passar por uma situação como esta e é isto que me deixa mais desacreditada. Quantas pessoas devem passar por isso diariamente sem poder se ao luxo de pedir demissão? Para quantas pessoas a justiça e a ética devem ser tão utópicas e distantes quanto me parecem? Prefiro não mensurar.
Por enquanto, agradeço aos meus pais por poderem me sustentar e, também, a eles e ao meu irmão por terem me suportado nos últimos tempos. E para que a justiça seja feita, ao menos na minha casa e no que depende de mim, eu prometo ser agradável e muito prestativa.
 - quem quiser meu currículo, me avise! 

Um comentário:

  1. não faço nem ideia do que houve contigo, mas bah, tu merece muitos parabéns só por ter decidido pedir demissão por não se sentir bem com o teu emprego. Muita dignidade, mesmo. Sobre a questão de justiça, desencana disso... não vale mesmo a pena passar por isso - falo com experiência de causa, acredite.

    E te mandei um email, responde lá ;D

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